Trata-se do segundo maior estuário de Portugal a seguir ao Tejo, sendo simultaneamente uma das mais importantes zonas húmidas portuguesas em termos das comunidades de aves aquáticas que o utilizam.
Embora tecnicamente estejamos na presença de uma verdadeira zona estuarina, paisagisticamente encontram-se características de outras tipologias, bem expressivas na Península de Tróia (que lembra cordões barreira das rias) e na vasta depressão dunar da Comporta/Carvalhal, atualmente ocupada pela cultura do arroz, e que nos evoca uma paisagem de lagoa costeira.
Os recursos marinhos (pesca e sal) foram juntamente com as condições naturais de porto, os principais fatores de fixação humana nas margens do estuário do Sado. Do património construído há que destacar o Moinho de Marés da Mourisca, localizado junto ao rio.
As salinas, provavelmente, o expoente máximo do conceito de paisagem cultural, enquanto “jardins de sal”, meandros e labirintos de taludes e pequenos muros introduzem um fator geométrico às paisagens, onde o céu se reflete em múltiplos espelhos. Presentemente, quase desaparecidas, por abandono e reconversão para outros usos, regista-se que as poucas salinas em funcionamento alteraram o seu traçado e os seus processos, afastando-se dos métodos tradicionais que, no passado, asseguravam a produção de um sal de qualidade superior.
A Fauna e Flora que habitam esta região, são de uma diversidade e riqueza ímpares, capazes de produzir imagens e momentos únicos. O Birdwatching é uma das atividades que se aqui se desenvolve e cuja procura nacional e internacional.
Aqui se produz uma das iguarias mais aclamadas da gastronomia de Setúbal – A Ostra.
A enseada do rio Sado foi a primeira em Portugal a aderir ao Clube das Mais Belas Baías do Mundo.
Setúbal pertence desde 14 de novembro de 2002 aquele restrito Clube sediado em Vannes, França, e constituído por mais de quatro dezenas de enseadas distribuídas um pouco por todo o planeta.
A lista inclui um conjunto de baías icónicas como a de São Francisco, nos EUA, a de Monte Saint-Michel, em França, a de Qingdao, na China, a de Backwaters de Kerala, na Índia, ou a de Ha-Long, no Vietname.
O clube procura promover a troca de experiências entre os membros ao nível de políticas de proteção, conservação e desenvolvimento sustentado das baías.
A baía sadina encontra-se dentro do limite da REN – Reserva Ecológica Nacional, pertencendo ao estuário do Sado. A orla costeira da baía, enriquecida pela imponência da serra, alberga tesouros da Natureza como o Portinho da Arrábida, uma das 7 Maravilhas Naturais de Portugal, a Pedra da Anicha, considerada Reserva Zoológica.
A Baía de Setúbal é também o habitat natural do roaz-corvineiro, uma das raras comunidades sedentárias de golfinhos na Europa.
O Clube das Mais Belas Baías do Mundo foi constituído a 10 de março de 1997, em Berlim, com a designação “Club des Plus Belles Baies du Monde”, sendo uma associação que se rege segundo a legislação francesa.
No âmbito do Congresso do Clube das Mais Belas Baías do Mundo que se realizou em outubro de 2018, em Penghu, Taiwan, a Baía de Setúbal apresentou a sua versão do hino que a organização criou para o evento.
Este é o resultado final, apresentado durante o congresso, e que contou com a participação especial da cantora Susana Martins e do Coro Afina Setúbal, conduzido pelo maestro Nuno Batalha.