A vice-presidente da Câmara Municipal de Setúbal, Carla Guerreiro, destacou a 17 de junho o contributo da nova exposição temporária do Museu do Trabalho Michel Giacometti, intitulada “Carpintaria”, para dar relevo a uma atividade ancestral.
“Este é um singelo contributo da Câmara Municipal de Setúbal para perpetuar este tipo de artes e ofícios, para que não desapareçam”, afirmou a autarca na inauguração da mostra, patente até 30 de setembro.
Ferramentas e utensílios de trabalho, amostras de diferentes tipos de madeira e objetos artesanais fazem parte desta exposição que explora o passado, o presente e o futuro da profissão de carpinteiro e que integra parte do espólio que o mestre carpinteiro setubalense Adelino Veiga doou ao município.
Nascido em Setúbal a 12 de dezembro de 1930, Adelino Veiga começou a aprender a arte da carpintaria aos 12 anos. Trabalhou em várias empresas, lecionou em diferentes instituições e teve a sua própria oficina, na qual desenvolveu pequenos projetos agora expostos em “Carpintaria”.
A vice-presidente Carla Guerreiro apontou que é cada vez mais difícil atrair pessoas para esta atividade laboral. “Antigamente as pessoas ambicionavam ser mestres de uma arte, de um ofício, e, com isso, tinham uma série de aprendizes que iam perpetuando esse trabalho. Às vezes, até havia certos segredos que só eram passados a alguns.”
A autarca, ao adiantar que no Departamento de Obras Municipais da autarquia ainda há pessoas ligadas aos ofícios de carpintaria, serralharia e calcetaria, disse ser importante encontrar formas de “atrair mais pessoas para este tipo de trabalhos”.
A mostra “Carpintaria”, uma homenagem ao mestre setubalense com a qual se procura perpetuar uma arte em vias de extinção, é dinamizada no âmbito do ciclo Artes e Ofícios, projeto impulsionado pelo Centro de Memórias a funcionar no Museu do Trabalho Michel Giacometti.
A técnica municipal Raquel Martins sublinhou que este projeto “nasce da necessidade de tentar perceber quais são estas artes e ofícios e quem nelas trabalha”, no âmbito do qual já se realizaram duas exposições, sobre azulejaria e latoaria, com o objetivo igualmente de procurar dar contemporaneidade a profissões tradicionais.
A par da inauguração da mostra, foram realizados dois documentos audiovisuais, um com Erminda Veiga, que relata a história de vida do marido, Adelino Veiga, e fala de algumas das peças expostas, outro com testemunhos de vários carpinteiros, que falam sobre os seus percursos profissionais e a arte da carpintaria.
Museu do Trabalho Michel Giacometti
Gratuito
terça a sexta-feira das 10h00 às 18h00 e aos sábados entre as 14h00 e as 18h00.