O autarca considerou que “o território da Arrábida é pleno de condições particulares para a prática do desporto” e salientou “espetacularidade” desta clássica, “associada às condições ímpares” da região, desafiando os visitantes a “tomarem o pequeno-almoço em Palmela, almoçarem em Sesimbra, para ver a chegada, e também tomarem um café na Avenida Luísa Todi”, um dos locais onde a prova passa em Setúbal.
“Temos uma sexta edição repleta de atrativos e esperamos que o público adira, seja na partida, seja na passagem, seja na chegada. Acima de tudo é uma festa do desporto, é uma festa do ciclismo”, indicou hoje o vereador, na apresentação da Clássica da Arrábida de 2023, no Forte de Albarquel, prova que se disputa nos concelhos de Setúbal, Palmela e Sesimbra.
Organizada pela Federação Portuguesa de Ciclismo (FPC) e pelos três municípios e inscrita no calendário da União Ciclista Internacional, a prova, com um percurso de 182 quilómetros que começa às 12h00 no Largo de S. João em Palmela, passa por Setúbal cerca das 13h00 e termina pelas 16h30 no Castelo de Sesimbra, vai ser disputada por um pelotão internacional de 18 equipas, seis das quais estrangeiras.
As principais dificuldades são as subidas da Arrábida (km 28), do Alto de São Paulo (km 115,5) e da Assenta (km 170,8), bem como dois troços em terra batida com um total de 2.200 metros de extensão, entre os quilómetros 99,7 e 100,3 e os quilómetros 155 e 156,6.
De Portugal vão estar presentes nove equipas do escalão continental – ABTF Betão-Feirense, AP Hotels Resorts-Tavira-SC Farense, Aviludo-Louletano-Loulé Concelho, Credibom-LA Alumínios-Marcos Car, Efapel Cycling, Gassdrive-Q8-Anicolor, Kelly-Simoldes-UDO, Rádio Popular-Paredes-Boavista e Tavfer-Ovos Matinados-Mortágua – e as três equipas de clube com melhor ranking na semana anterior à prova.
As estrangeiras são as espanholas Caja Rural-Seguros RGA e Equipo Kern Pharma, ambas do segundo escalão mundial (ProTeams), e a espanhola Electro Hiper Europa, a angola BAI Sicasal Petro de Luanda, a alemã Bike Aid e a britânica Trinity Racing, todas do terceiro escalão mundial (Continental Teams).
No Dia da Mulher, depois de recordar a setubalense Oceana Zarco, pioneira do ciclismo feminino em Portugal, Pedro Pina salientou que “as autarquias têm um papel incontornável na dinamização do desporto” em Portugal, “porque são elas o grande impulsionador das condições que disponibilizam os equipamentos desportivos aos atletas”.
O autarca afirmou que os três municípios têm como objetivo proporcionar aos munícipes acontecimentos como a Clássica da Arrábida, mas destacou a “preocupação com a democratização do evento, dando acesso a todos aqueles que querem fazer da prática do ciclismo uma oportunidade para a sua atividade física”.
Paralelamente à competição, por a mobilidade suave em bicicleta ser considerada uma prioridade, a Clássica da Arrábida é acompanhada por três eventos destinados aos alunos dos concelhos envolvidos, com o objetivo de estimular nos mais jovens a prática do ciclismo e a adoção de estilos de vida saudáveis.
Estes eventos, designados Open, realizam-se em 18 de março no Parque Augusto Pólvora, em Sesimbra, entre as 14h00 e as 18h00, em 25 de março no Largo José Afonso, em Setúbal, entre as 10h00 e as 18h00, e em 1 de abril no Largo de São João, em Palmela, entre as 10h00 e as 18h00.
Admitindo que o futebol domina os gostos dos mais jovens, Pedro Pina disse que “as crianças praticam aquilo que lhes dão a possibilidade de praticar” e apontou a Clássica da Arrábida como um evento que estimula a prática do ciclismo. “Quando criamos estímulos para a prática as crianças aderem.”
O presidente da Câmara Municipal de Sesimbra, Francisco Jesus, destacou a “visão de conjunto” que têm os três municípios do território da Arrábida, os quais “têm um histórico de partilha, de interesses, de ações, de projetos” em diversas dimensões, porque “partilham objetivos e interesses comuns”.
O autarca considerou que a Clássica da Arrábida apresenta “três dimensões importantes”, nomeadamente um aspeto pedagógico, no sentido de os mais novos utilizarem este meio de transporte, o turismo ligado ao ciclismo e à Arrábida, porque as equipas utilizam as infraestruturas hoteleiras do território num período de época baixa, e a promoção nacional e internacional do destino da marca Arrábida.
Apesar de admitir que a última dimensão “é mais difícil de mensurar”, assegurou que “a relação custo-benefício do investimento dos três municípios, em parceria, é altamente vantajoso para a promoção do território”.
A vereadora do desporto da Câmara Municipal de Palmela, Maria João Camolas, recordou que “o ciclismo é uma modalidade muito acarinhada pela comunidade” do seu município e que a Clássica da Arrábida “é uma referência a nível nacional e de muita importância para os três concelhos”, nomeadamente no que diz respeito ao turismo e à divulgação do ciclismo.
O presidente da FPC, Delmino Pereira, garantiu, por seu turno, que a prova “já começou a ganhar consistência e é hoje uma das clássicas mais importantes do calendário nacional”, destacando a sua colocação no calendário, imediatamente antes da Volta ao Alentejo, o que atrai a presença de equipas internacionais.
“É uma corrida já com uma marca forte internacionalmente. Promove a Arrábida como local de excelência para o turismo desportivo e para a prática do desporto ao ar livre. Apresenta aos jovens a bicicleta como elemento para a prática do desporto, mas também de mobilidade. Hoje temos nas grandes cidades muitas crianças que não sabem andar de bicicleta. Para muitos é uma primeira experiência”, disse.
FONTE: Site do Município de Setúbal