Setúbal é o primeiro destino de uma rota de turismo literário sugerida pelo escritor José Luís Peixoto com outros cinco autores que dá a conhecer, numa plataforma online, os doze locais do país descritos por José Saramago na obra “Viagem a Portugal”.
O projeto “Viagem a Portugal Revisited”, promovido pelo Turismo de Portugal e pela Fundação José Saramago, no âmbito das comemorações do centenário do nascimento do único escritor português a receber o Nobel da Literatura, reconstrói os locais que este percorreu entre outubro de 1979 e julho de 1980 e originaram o livro “Viagem a Portugal”.
No capítulo que integra Setúbal, com o título “Entre Mondego e Sado, parar em todo o lado”, José Saramago menciona o aspeto misterioso da Quinta da Bacalhôa.
Já o Portinho da Arrábida, assevera, “é como uma unha de areia, um arco de lua caído em tempos de mais próxima vizinhança”, em que “o viajante, a quem o tempo não sobra, seria tolo se resistisse”.
Em Setúbal, “nasceu Bocage, o da curta vida”, eternizado “no alto daquela coluna, voltado para a Igreja de São Julião”.
Outra igreja, a de Jesus, integrada no convento com o mesmo nome, “passa por ser o mais belo monumento da cidade” de Setúbal.
“O gosto seria seguir ao longo das margens do Sado. Mas o rio abre um largo e irregular estuário, as águas entram profundamente pela terra dentro”, (d)escreve José Saramago.
BACALHÔA
A Quinta da Bacalhôa é uma das referências em Setúbal de José Saramago no livro “Viagem a Portugal”, espaço em que “poucas coisas serão tão misteriosas como o enfiamento das suas portas, aonde se espera, constantemente, ver assomar alguém”.
PORTINHO
No Portinho da Arrábida, entendido como a faixa costeira que inclui ainda a Praia do Creiro, o viajante, depois de entrar na água, “repousa de costas no subtil vai-e-vem, e dialoga com as altíssimas escarpas que, vistas assim, parecem debruçar-se para a água e cair nela”.
BOCAGE
O poeta sadino, eternizado numa estátua, “há de estar perguntando a si mesmo porque foi que ali o puseram, tão sozinho, ele que foi homem de boémia, de versos improvisados em tabernas, de tumultuosos amores em camas de aluguer, de muita rixa e vinho”.
JESUS
O escritor destaca ainda a Igreja do Convento de Jesus, com fachada “simples e harmoniosa”, com “excelentes azulejos” e para a qual foi pintado um retábulo composto por 14 painéis, “um conjunto de excecional importância para o entendimento da pintura portuguesa de Quinhentos”.
Veja a página do projeto NESTE LINK
FONTE: Guia de Eventos nov-dez '22 - Rotas